Depois de alguns (muitos) anos de experiência investindo e trabalhando com investimentos, dá pra listar alguns aprendizados até aqui. Longe de ser uma lista completa e definitiva, mas são alguns insights que continuamente vêm à mente e que vale a pena serem compartilhados.
Custos importam
Retorno é o número mais óbvio de se olhar, todo mundo procura a ação/ETF/fundo/FII/etc que dê o maior retorno.
Mas os custos têm o potencial de trazer esse retorno para baixo do bom e velho CDI se não levar em conta taxa de corretagem, imposto, taxa de performance e outros tantos descontos que reduzem o retorno bruto.
Olhe o Índice Sharpe
Além de olhar para o retorno líquido de custos, é bom dar relevância à uma medida de retorno ajustado pelo risco do ativo/carteira.
Não é só ganhar, é saber quanto é possível perder: nesse sentido, o bom e velho índice Sharpe serve bem.
Investir é mais sobre comportamento do que termos técnicos
Não adianta ser formado pela NASA e conhecer todos os termos técnicos e relatórios se seu comportamento ao investir joga contra você.
Vendedores não são seus amigos
Vendedor quer vender e bater a meta. Aquele papinho de ter uma ótima recomendação de investimento muitas vezes é apenas secundário, o objetivo principal na maioria esmagadora dos casos é te vender algo. Faça sua pesquisa, aprenda a dizer não e resista àquela recomendação de investimento “única” que te oferecem toda semana.
Parcela em dólar vai melhorar a qualidade do seu sono
Pense a longo prazo e tenha reserva em moeda forte, ela vai ser seu refúgio nos altos e baixos do mercado brasileiro.
Eficiência tributária faz diferença
Ricos não gastam muito dinheiro com contadores à toa. É preciso uma gestão tributária dos investimentos e do patrimônio também, ainda mais no Brasil. Um exemplo disso é o efeito do come-cotas no longo prazo.
Superar o mercado é difícil pra caramba
Ainda mais quando o benchmark é o CDIzão velho de guerra. São raros os gestores que fazem gestão ativa e superam consistentemente, em uma janela de anos, o CDI.
Quem menos falar sobre investimentos, é quem mais entende (que fala muito, está querendo te vender algo)
Aquela máxima de “deixar os resultados falarem por si”, no mercado financeiro, é real. Na maioria esmagadora das vezes, fala mais quem está com o resultado capengando ou negativo.
A importância de permanecer investido e o compounding
Retornos compostos são a oitava maravilha do mundo e apenas permanecer investido pode garantir um acúmulo rápido de capital depois de um tempo.
“Depois de um tempo” porque no início os retornos compostos são pequenos. E é exatamente aí que as pessoas tendem a pecar: não deixando a maravilhosa máquina dos retornos compostos trabalhar quando os retornos são pequenos, o mecanismo não ganha tração para potencializar os efeitos exponenciais.
i” é importante, mas ‘n’ e ‘PMT’ são muito mais”: tão ou mais importante do que olhar o retorno de um investimento, são a frequência e o valor dos aportes. A boa notícia: com um n grande e um i razoável, mesmo o PMT sendo pequeno, o FV pode ser gigantesco!
A importância de ter ativos líquidos e ser mais seletivo com investimentos ilíquidos
Eles dizem “cash is trash”, e até pode ser verdade em um ambiente de inflação alta/permanente. E a gente também, principalmente no início da carreira, quer incorrer em mais risco e colocar cada centavo para render nos ativos mais arriscados para ter maiores retornos mais rapidamente.
Mas ter ativos líquidos tem sua vantagem: poder adquirir ativos descontados de forma rápida. Aproveitar as boas e velhas pechinchas que aparecem vez ou outra.
Mas, se vale a ida com ativos líquidos, vale a volta com ativos ilíquidos: embora recentemente o mercado brasileiro aprimorou a forma de precificar ativos ilíquidos, ainda assim é preciso atenção na escolha dos ativos e com os riscos de cauda. Tivemos alguns casos recentes em fundos de crédito privado para relembrar a importância de checar o risco de investimentos de menor liquidez.
É preciso, sim, ter uma reserva que não seja seu portfólio
Tem a ver com o item anterior: procure ter uma reserva que não seja apenas seu portfolio.
Keep it simple
Procuramos o tempo todo pela melhor ação ou classe de ativo, pela mais nova estratégia de asset allocation, como se “mais” significasse “melhor”.
Mas um feijão com arroz básico e bem feito é superior a tentativas constantes de “inovação”.
Fuja do market timing
Já fizemos uma Carta do Condado inteira sobre isso: para o investidor médio, tentar acertar o pace dos movimentos de mercado, para tentar “comprar na baixa e vender na alta” tende a ser uma estratégia perdedora vis-à-vis a estratégia de aportar continuamente assim que recebe o salário.
E a explicação é relativamente simples: enquanto que o retorno adicional com o market timing é incerto, os custos de transação são certos e tendem a comer o retorno total do investimento.
Diversificação global como forma de proteger os choques de renda
Pense que você é um investidor com carteira concretrada em emergente: já tem demais risco emergente (risco do lado da renda, do preço dos bens que consome (inflação) e também dos ativos locais que possui).
Investir am ativos da gringa é uma boa para diversificar esses choques locais.
Perfil de risco não é só um questionário
Realmente tente descobrir seu perfil de risco. E não é um questionário só, é a vivência de uma crise, ou um drawdown, como você se comporta.
Não adianta nada investir em ativos de risco elevado na espera de um retorno maior, se na primeira chacoalhada forte do mercado você panica e se desfaz do ativo.
Reduzir o medo da descentralização com soluções inteligentes
No universo das moedas digitais e ativos tokenizados, mesmo com tanta otimização, ainda existe um receio entre os usuários: o de que uma transação feita de modo incorreto signifique que você perdeu aqueles recursos de modo irreversível. Quem já enviou algo para uma carteira digital sabe: conferir todos os diversos dígitos umas dez vezes é procedimento padrão - e mesmo assim pode acontecer algum erro.
Levando isso em consideração, nossos parceiros da Foxbit pensaram em uma solução bastante inteligente: multichain para as transações descentralizadas entre carteiras.
Parece grego, mas é razoavelmente simples (e genial): no lugar de trocar moedas digitais dentro de redes diferentes, moeda a moeda, com essa ferramenta você ganha um maior número de opções para buscar uma rede mais rápida e menos custosa para sua operação
O mercado de tokenização pode alcançar mais de US$13 bilhões até 2030, e escalar e reduzir custos dos negócios é uma das principais possibilidades com a blockchain. Quem estiver por dentro das novidades que facilitam transações do tipo certamente estará adiante dos outros.
Inclusive por isso, a Foxbit está produzindo conteúdos sobre as novidades em blockchain e sua utilização na rotina de empresas. Dê uma olhada no material aqui.
Dicas muito úteis. Irei repassar a meus amigos.