A espera de um (novo) milagre? - CondadoView
Esta é a sua carta semanal para atualizar o cenário de mercado. O objetivo é que você pelo menos fique um pouco mais informado ou tenha o que comentar na mesa de almoço.
China - um passo para trás, dois passos para frente
Você lembra na época que o Guedes ficou conhecido pelo Ministro “Semana Que Vem”, quando adiava frequentemente uma reforma, sempre prometendo a apresentação na semana seguinte e, naturalmente, ganhando tempo para construir acordos e/ou enrolar mais o mercado. Pois é, a China está nesse modo. Continua meio que “na volta a gente vê”, prometendo um suporte mais claro ao mercado há algum tempo, liberando as coisas em conta-gotas, por meio de jornais e nem necessariamente executando. Claramente o mercado só lê uma manchete de jornal e toma como dado, mas olhando mais a fundo, os caras lá ainda precisam de fato abrir o cofre e soltar as amarras. Provavelmente vai acontecer, seria meio maluquice o contrário, mas até lá, quem estiver nessa posição arriscar dar uma sangrada.
EUA - Hora de olhar para o resultado das empresas de tecnologia
Tudo muito quieto na terra do Tio Sam. Ninguém quer comprar muito o S&P, mas claramente ninguém quer vender. A agenda macroeconômica está esvaziada e não tem nada que parece ameaçar a percepção de que a economia americana vai bem, obrigado. A ideia de que um pouso suave é possível tem ganhado cada vez mais força, ou seja, o Fed vai conseguir o milagre de reduzir a inflação sem causar um crackdown na economia. Vamos ter que acompanhar os próximos capítulos desse filme, mas a narrativa pró risco vai ficando cada vez mais atrativa, mesmo depois do mercado ter andado tanto. E isso fica claro, principalmente porque toda tese de fronteira, de tecnologia, está estacionada “com os caras”. Dessa forma, o “teste final” desse apetite ao risco para os próximos três meses é de fato o resultado de empresas do setor de tecnologia. Se a turma do AI surpreender de novo, vai ser bem difícil ficar na frente do touro e vai ter muita put que vai queimar na mão da galera. Ainda mais segundo semestre, onde todo mundo quer ser feliz. Já chega de bear market.
Brasil - acabou o fôlego ou são só as férias?
Estamos esperando ainda o mercado dar o novo pulo. O Congresso está quietinho, de férias, sem deliberar muito, enquanto o Executivo prepara o orçamento e articula para a reforça tributária, que ainda pode fazer algum barulho no Senado. Já o BC está com o dedo no gatilho para cortar juros e a única questão agora é se ele vai dar um tiro ou dois, mas que vai atirar, vai. A economia está bem e as expectativas de inflação continuam melhorando. Até o câmbio tá parado. Fica o questionamento: o que aconteceu para o mercado ter parado o rally? Perdeu o fôlego, a liquidez ou apenas as férias mesmo? O mercado de risco país já foi na frente, com fechamento da curva de juros e apreciação da moeda; O mercado de equity ainda parece que tem mais espaço para andar, mas o técnico continua atrapalhando, enquanto os agentes esperam a nova temporada de resultado. Bom, pelo menos o macro parou de atrapalhar, agora é hora de “torcer” para o micro justificar nosso otimismo e garantir um Natal e um ano novo mais…. feliz.
Frase da semana
A diversificação é o último almoço grátis do mercado.
Harry Markowitz, prêmio Nobel de economia
Curiosidade aleatórias da semana
O que poderia acontecer se a Terra parasse de girar?
O lado do planeta que ficasse voltado para o Sol se transformaria em um deserto com temperaturas elevadíssimas. Os oceanos esquentariam tanto que levantariam vapores de água. O outro lado teria temperaturas tão baixas que uma crosta de gelo seria rapidamente formada. A diferença térmica entre os lados provocaria fortes ventanias. A ausência da força centrífuga, resultado da rotação terrestre, faria com que todos os objetos aumentassem de peso. Não existiria vida no planeta.