A volta dos que não foram - Condado View
Brasil - Bull Market Festival?
Por aqui o mercado tem despejado uma chuva de otimismo com o Ibovespa atingindo patamares não vistos desde 2021.
Neste feriado - para quem? - A bolsa local chegou ao seu quarto pregão de alta. Movimento puxado principalmente pelo alívio externo, com o arrefecimento da inflação americana e discurso mais brando do Fed, além da alta das commodities metálicas. A ventilação da China sobre novos incentivos ao setor imobiliário impulsionou os papéis do setor.
A discussão sobre a meta do déficit primário ainda continua como pano de fundo no cenário local. Na última semana, a declaração do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de que "não há qualquer iniciativa do governo de alterar a meta fiscal" também contribui para o otimismo na bolsa.
Quando escutar a frase "o Brasil não é para amadores" acredite. A reforma tributária, que deveria passar a valer somente em 2026 (com transição até 2033) tem feito preço no próximo ano já. Afinal, nada mais coerente que os Estados - São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul - anunciarem que vão aumentar a alíquota do ICMS a partir de 2024. Pressa pra aumentar imposto todo mundo tem.
Que o calor tá insuportável todo mundo já sabe. Nossos vizinhos da península prestigiaram o acalorado show da diva pop Taylor Swift que não acabou muito bem. Após tragédias, cancelamentos e cobranças em meio aos problemas envolvendo o show, as ações da empresa Time For Fun, organizadora do evento, caíram 9,65% na segunda-feira. O desempenho das ações já não estavam lá essas coisas depois da empresa perder o contrato para produzir o Lollapalooza Brasil.
Mundo - O dia do “i stay”
Sabe aqueles dramas com muitas intrigas e brigas de poder? O Vale do Silício foi palco do seu próprio episódio dramático na semana passada. Aquela brincadeira inocente de criança se mostra muito presente na vida dos adultos também - seja para sentar no metrô Faria Lima em horário de pico ou na liderança de grandes empresas: a dança das cadeiras.
Enquanto a gente se preocupa se uma AI vai roubar nosso emprego, a manchete para Altman foi um pouco diferente - Será que a OpenAI vai roubar seu emprego?
Não diria que o desemprego é uma grande preocupação para o pop star do Vale do Silício. Sam Atman é extremamente apoiado por investidores, entre eles a própria Microsoft, maior investidora da OpenAI, que decidiu contratá-lo para liderar a equipe de pesquisa em Inteligência Artificial (AI), que é praticamente uma versão 2.0 do braço de AI - com o Altman vale a pena. A empresa do Bill fechou em alta recorde (subiu 2% na segunda-feira) depois do anúncio. Como bem destacou Ben Thompson, analista de tecnologia, a Microsoft adquiriria a OpenAI - Altman - por US$0 e sem o risco de um processo antitruste.
Além do apoio dos 700 funcionários da OpenAI - dentre os 770 - que ameaçaram pedir demissão, caso o conselho não reintegrasse o ex-CEO.
Mas o que rolou para desencadear todas essas mudanças? Existiam rusgas sobre o interesse de Altman em relação à busca por um novo empreendimento de hardware de AI, além de divergências de opiniões sobre a segurança da AI. Dois membros do conselho da empresa tem ligação ao chamado altruism movement, que teme que a inteligência artificial possa representar uma ameaça existencial para a humanidade. Mas no final das contas, ninguém sabe ao certo.
Os cavaleiros do conselho de administração da Open AI - Ilya Sutskever, Adam D’Angelo, Tasha McCauley e Helen Toner - puxaram esse motim tão eficaz quanto carregar água na peneira. Sam Altman retorna ao cargo de CEO da OpenAI na quarta-feira - na versão: Diga ao povo que eu fico dos amigos do Vale do Silício.
E qual foi o plot twist dessa história? No final, todo o conselho foi dissolvido restando apenas D’Angelo e Sam Altman que foi reconduzido ao cargo novamente. O povo clamou por sua volta e ele foi aceito. Sim, não foi bem isso, provavelmente ele mexeu tantos pauzinhos ao seu favor que conseguiu dar uma contra-resposta à altura para voltar a posição de CEO.
Argentina - Se Milei "Já vier" com esse gás todo
Os mercados argentinos também estão num climinha bom após a decisão dos eleitores por Javier Milei para presidente. O novo presidente argentino venceu seu opositor Sergio Massa por surpreendentes 11 pontos - quem erra mais: pesquisas eleitorais ou meteorologia?
O economista dito ultraliberal ficou famoso com discurso antipolítico e propostas radicais de dolarizar a economia e fechar o Banco Central (sabe aqueles papos de bar que você tem com seus amigos? Nesse nível).
Óbvio que a bolsa dos hermanos ia responder, e veio forte a alta de quase 23% na terça-feira, o melhor pregão desde 1992. Das 24 ações presentes no índice S&P Merval de Buenos Aires, 23 apresentaram valorização.
E para completar o clima de celebração, até o futebol entrou na brincadeira, com a Argentina vencendo o Brasil nas Eliminatórias Sul-Americanas. Embora tenham perdido para a polícia carioca na arquibancada. Teve samba no Maracanã, mas com tango hermano - É festa na Argentina até quando?
Curiosidade da semana
Em 1941, o engenheiro suíço George de Mestral criou o velcro após observar rebarbas de bardana (tipo de planta) grudadas no pelo de seu cachorro. Inspirado pelos ganchos microscópicos das rebarbas, ele desenvolveu um tecido semelhante usando nylon. O desafio maior foi criar o tecido de gancho, superado com um dispositivo que transformava argolas em ganchos. O nome "velcro" vem das palavras francesas "Velour" (veludo) e "Crochet"
Frase do dia
"A inteligência é a habilidade de se adaptar à mudança." - Stephen Hawking