Brasil não apita nada? Condado View
Brasil - Novembro no azul?
Ah, Novembro Azul, o mês onde o Ibovespa, como o bom senhor resiliente que é, mostrou que até na economia, um check-up regular pode trazer resultados! A alta de 12,54% do índice é como um atestado de saúde para os mercados, após um regime rigoroso e amargo de ajustes nas taxas de juros pelos Bancos Centrais do mundo.
O Ibovespa fechou novembro com o melhor mês em três anos em 127.331 mil pontos - rumo à marca psicológica de 130 mil pontos - Quem está mais feliz, o investidor de RV ou o Palmeiras que embolsou R$47,8 milhões pelo bi-campeonato brasieliro?
Todo mundo já sabe que a bolsa local é muito correlacionada com a bolsa americana, mas o cenário doméstico tem certa relevância para esse rali de fim de ano também.
O PIB do terceiro trimestre registrou um crescimento modesto de 0,1%, superando as projeções de uma queda de 0,2%, o que sinaliza uma resiliência econômica.
Em uma reviravolta, a projeção de crescimento para 2023, que começou o ano com uma estimativa tímida de 0,1% em janeiro, agora se aproxima de uma expressiva marca de 3%. Esse aumento nas expectativas reflete um ambiente econômico dinâmico e em constante evolução.
O saldo da balança comercial em outubro alcançou um superávit de US$ 80,2 bilhões, excedendo as projeções anteriores. Este resultado é 41,5% maior do que o registrado no mesmo período de 2022.
Já a taxa de desemprego caiu para 7,6% no trimestre encerrado em outubro, segundo o IBGE. Este é um indicativo de recuperação no mercado de trabalho, com a população ocupada atingindo níveis recordes, reforçando a percepção de um cenário econômico fortalecido.
Mas como nem tudo são flores, o anúncio da Opep+ decide aumentar os cortes em 2,2 milhões de barris por dia na produção de petróleo a partir do ano que vem, essa decisão tem impactado - de leve - o índice Ibovespa. Além disso, o sonho do mercado de trabalho americano desaquecer virou realidade e agora a preocupação sobre a demanda por commodities também afeta o mercado doméstico.
Por falar em Opep+, o Brasil foi convidado para fazer parte do seleto grupo que compõe o sinal de adição na sigla - Eba! O convite foi feito enquanto o presidente despendia esforços de aumentar a diplomacia ambiental na conferência do clima da ONU. Enquanto rolava a COP 28 Lula declarou que a participação brasileira no grupo é importante para convencer os países produtores de petróleo a reduzir a exploração de combustíveis fósseis e que o Brasil na verdade não vai apitar nada na Opep+. O amargo labor diplomático de tentar agradar petroleiros e veganos.
Para acalmar o coração do pessoal do setor, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, declarou que o Brasil não vai participar quando tiver contingenciamento na oferta de petróleo do cartel.
Enquanto eram só 4 bairros afundando tudo bem, mas 5 já é demais - não faço ideia do porquê dessa notícia abalar os mercados somente agora. A Braskem está passando por maus bocados - menos impactantes do que os moradores desabrigados, naturalmente - após muito tempo de exploração do solo para extração de sal gema, causando afundamento de bairros inteiros em Maceió.
Para quem não entendeu os papéis da Braskem subindo mais de 2% na quarta-feira, a UBS BB elevou a recomendação de preço alvo da petroquímica, tá?
Na quinta-feira o cenário mudou um pouco com um recuo de 6,45% e 5,85% na sexta. Por ora, o acordo por conta dos estragos causados pelo afundamento do solo da cidade é de R$1,7 bi, com pedido de renegociação pela prefeitura da capital Alagoana.
O trecho do View da semana passada que destaca a declaração do Munger: 'Se você misturar passas com cocô, elas ainda são cocô'. É perfeito para ilustrar a manchete que relata que Maurício Ferrentini, (ex?) amigo do Luiz Barsi, perdeu R$14 milhões investindo em IRB após seguir recomendação do Rei dos Dividendos. Mas não era para esperar o longo prazo?
EUA - Prévia de emprego
Segundo o ADP, o setor privado não-agrícola americano criou 103 mil empregos em novembro, abaixo do esperado de 128 mil empregos. Esse dado vem corroborar com a ideia de que a política monetária pode ser mais branda daqui para frente - há quem diga que o FED vai começar cortar juros já em março de 2024.
Em novembro, nossos colegas do norte também tiveram motivos para comemorações. Os três principais índices do mercado americano apresentaram o melhor mês do ano, com o Dow Jones registrando um aumento de 8,8%, o S&P 500 subindo 8,9% e o Nasdaq liderando com um impressionante 10,7%. O contexto macroeconômico atual ajuda a explicar.
Com a economia desacelerando. A moderação da inflação e os sinais de um mercado de trabalho que está perdendo seu voraz apetite por mão de obra, indicam que o coquetel de remédios do FED está fazendo efeito e o tratamento pode estar chegando ao fim. As comunicações recentes do Fed, o livro bege, sugerem que a política de aumentos agressivos na taxa de juros chegou ao seu pico.
China - Balanço Yin-Yang: superávit e rebaixamento de rating
A balança comercial chinesa mostrou um desempenho que superou as expectativas (US$57,1 bilhões), registrando um superávit de US$68,39 bilhões em novembro.
Por outro lado, a Moody's lançou uma sombra sobre esta performance brilhante com a revisão da perspectiva de rating de 18 empresas chinesas, incluindo 8 bancos, de estáveis para negativas.
Frase do dia
"No curto prazo, o mercado é uma máquina de votar, mas no longo prazo, é uma balança." - Benjamin Graham
Curiosidade da semana
O forno de microondas foi inventado por volta de 1946 pelo engenheiro Percy Spencer, enquanto trabalhava na Raytheon. Spencer descobriu que as micro-ondas de um magnetron, usado em radares, derretiam o chocolate em seu bolso. Realizando mais experimentos, como estourar pipoca com as micro-ondas, ele compreendeu seu potencial para cozinhar alimentos. A Raytheon patenteou a ideia e lançou o primeiro micro-ondas comercial, o "Radarange", em 1947.