CondadoView - Copom testando a água
Esta é a sua carta semanal para atualizar o cenário de mercado. O objetivo é que você pelo menos fique um pouco mais informado ou tenha o que comentar na mesa de almoço.
China - sem novidades no front
Ficamos todos carentes de novas medidas anunciadas pela China nesta semana, com o mercado e qualquer cidadão vivo comprado em minério de ferro esperando o Conselho de Estado abrir o caixa do Xi Jinpa, mas não foi dessa vez. Eu sempre escutei que o tempo corre de maneira diferente na China, nação milenar e que sempre está com a cabeça gerações à frente, então acaba por tomar decisões e dar passos de tartaruga.
Já estamos dois meses com uma economia patinando, alguns botões já foram apertados, mas ainda parece muito pouco para um país que quer crescer 5% não só este ano, mas no futuro também. Obviamente eles estão no meio de uma agenda importante de consolidação das relações comerciais, principalmente na Europa, mas quero ver quando as provinciais começarem a reclamar da falta de grana.
Que o pessoal lá vai abrir mais a torneira todo mundo sabe, a questão agora é quando. E é bem diferente fazer isso no começo do 3T ou no 4T.
EUA - Powell ficou boring
O homem conseguiu ficar falando durante 5 horas entre quarta e quinta-feira e ainda assim não trazer nada de novo. Foi uma aula de enroleition, ou no inglês “beat around the bush”. Todo mundo já sabe que o Fed QUER aumentar o juros mais duas vezes, agora o que o mercado está tentando descobrir é se o Fed VAI aumentar de fato. Mas também, a verdade é que esse assunto está tão boring que não afeta mais humor e nem apetite por risco.
Ninguém consegue comprar e ninguém consegue vender o S&P agora. Pouca gente pegou o rally no começo de ano e está todo mundo com algum grau de proteção já. Uma cara de pouco upside e uma busca pelo próximo peixe da vez. Isso abre espaço para países amassados, como a própria China ou até mesmo o Brasil.
Brasil - COPOM trouxe cerveja quente para a festa
O BCB chamou o mercado para a festa, mandou todo mundo trazer picanha e cerveja artesanal e apareceu na festa com um fardo de cerveja duvidosa e quente. Não é que ele impediu a festa, mas também não dá para dizer que contribuiu muito. Até piscou para o mercado ao alimentar a probabilidade de corte de juros em agosto, mas usou tantas palavras para reforçar sua cautela que basicamente cortaria juros pedindo desculpas.
Obviamente tem um hedge muito grande para a decisão de meta de inflação na próxima semana que básicamente pode LITERALMENTE ditar o futuro da nação. Um passo fora da risca e você simplesmente desmonta toda a tese positiva para o Brasil.
Tem uma turma brincando com o fogo e com o extintor do lado, o problema é que a depender da temperatura, você pode se queimar do mesmo jeito. Por enquanto nada muda o cenário de um segundo semestre melhor do que tivemos nos últimos 2 anos, mas no Brasil somos frequentemente lembrados que é preciso dormir com um olho aberto e o outro estralado.
Frase da semana
Uma vez criada a entidade burocrática, ela, como a matéria de Lavoisier, jamais se destrói, apenas se transforma
Roberto Campos, economista e ex-ministro do Planejamento.
Curiosidade da Semana
O que é Wall Street?
Wall Street é o nome da rua onde está localizado o mercado financeiro em Nova York. Acredita-se que o nome tenha origem na construção de um muro em 1635, na parte sul de Manhattan, com o objetivo de proteger a cidade dos índios. Ao longo do tempo, o muro foi destruído e a rua foi construída, tornando-se o epicentro das atividades financeiras e comerciais da cidade.