E para aqueles que estavam com uma corda no pescoço, uma mão foi estendida: o programa Desenrola Brasil, um programa federal que quer facilitar a renegociação de dívidas do brasileiro e ajudar na redução do endividamento da população.
Foi seguindo as palavras de “não quero saber quanto custa, quero saber quantas parcelas faz”, proferidas pelo filósofo moderno Gusttavo Lima, que muitos cidadãos foram parar na lista negra do SPC e Serasa e agora ganharam uma mãozinha.
E se o salário serve para pagar as contas e os boletos são uma forma de “fechar a conta” de mês em mês, a reserva de emergência é algo que está fora da realidade do brasileiro médio (desapontando os coaches novamente…).
Emergências, porém, são como a lei da gravidade e sempre e em qualquer cenário vão existir. E como o brasileiro faz quando elas aparecem?
Ah, aqui vem a mágica, o suprassumo da essência do jeitinho brasileiro. Temos uma lista, vamos a ela:
As 7 Formas de Reservas de Emergência do Brasileiro
Agiota
O primeiro item da lista não poderia deixar de ser essa figura tão presente na vida do brasileiro. Embora a mídia tende a reproduzi-lo como um senhor velho, rico e mal encarado, à la Al Capone, um agiota pode estar muito mais próximo do que você imagina: é aquela vizinha da casa desbotada do lado e que faz umas quitandas para os filhos venderem no bairro ou aquele senhorzinho que passa o dia todo assistindo a televisão.
Com uma taxa base de 5% ao mês (bons tempos em que cobravam apenas 3%a.m.), o agiota do bairro é o que permite que a roda da economia continue girando e que não haja uma quebradeira na economia nacional.
Prós: facilidade de acesso e velocidade da disponibilização dos saldos.
Contras: stress psicológico (o agiota mensalmente vai na porta da sua casa te cobrar se atrasar o pagamento, tenha certeza) e risco de morte
FGTS + multa de 40%
Aquela reserva compulsória que o governo obriga o CLT a fazer, remunerando à 3%a.a. + TR (o que geralmente leva um coro da inflação), também é um alento num cenário de urgência do brasileiro.
Comum nos últimos anos, o brasileiro resolveu descongelar seu saldo do FGTS com o saque-aniversário, e a multa demissional 40% é a reserva de emergência na emergência de uma demissão.
Prós: por ser obrigado a poupar e ter desconto automático, a tungada quase não é mais sentida no lombo do trabalhador.
Contra: para precisar usar, é sinal que a urgência é das brabas.
Pensão do INSS dos avós/pais
Coração de mãe é grande e sempre cabe mais um, assim como pensão de avô ou de mãe é grande o suficiente para livrar a família de maus bocados quando eles aparecem. Quando chega o quinto dia útil do mês e você vai na porta dos bancos, verá essas verdadeiras instituições financeiras chamadas “pensionistas do INSS”: senhorinhas vestidas em um conjunto de blusa floral e bermudas no mesmo tom e senhores de camisa xadrez, calça jeans e boné de loja de tintas.
São a espinha-dorsal de grande parte das famílias brasileiras, propiciando desde a manutenção das despesas de casa até o presentinho dos netos, passando por financiamento de moto (às vezes, não de forma pecuniária, mas “emprestado o nome”).
Prós: facilidade de acesso e liquidez.
Contras: o ciúme dos irmãos e primos.
Limite do Cartão de Crédito
Essa é clássica: se você tem um salário de 1500 e o limite do cartão é 500, sua renda é de 2000, diz a sabedoria popular brasileira. E se o banco acreditou que você é digno desses 500 reais de limite, quem é você para discordar?
Não fosse tentador o limite do cartão – do qual o acesso foi amplamente popularizado com o advento dos bancos digitais e a bancarização massiva – os bancos ainda enviam a fatura com a simulação de como ficaria o parcelamento da fatura… Dois cliques para o abismo rs.
Prós: popularização do acesso e facilidade de uso.
Contras: limites baixos e juros altos do rotativo (você pode comprar um bala e acabar saindo devendo um rim – embora nada que 5 anos no SPC/Serasa não resolvam).
Cheque Especial
Falando no diabo, aparece o rabo: pipocando como letreiro de um filme hollywoodiano no app do banco, vem o cheque especial para salvar o brasileiro que gastou mais do que devia e agora está em apuros. Como uma sereia que encanta o marinheiro perdido em alto mar, o cheque especial é aquele belo canto que o banco faz para aqueles que estão apertados e precisam de um alívio rápido e imediato.
Às vezes a situação obriga e o brasileiro assina o contrato de venda da alma, pegando 100 reais a uma taxa percentual de 3 dígitos.
Prós: facilidade e liquidez.
Contras: taxas (é vender a alma ao diabo).
Milhas
Mas nem de todo estamos perdidos: o fenômeno das redes sociais trouxe consigo educação financeira gratuita e, com isso, muitos melhoraram sua saúde financeira. Passaram a ser mais prudentes com as despesas, gastar menos do que ganham, checar as taxas que pagam nos produtos financeiros e até a escolher cartões de crédito com melhores vantagens - veja só!
É cashback, investback, milhas, e uma infinidade de retornos que dão até um alento ao coração de quem vai passar o plástico na maquininha de cartão – como é gostosa a ilusão de pensar que acompanhado a um gasto alto vem milhas abundantes…
E na iminência de uma emergência é possível fazer uso desses benefícios: vender as milhas de volta ao banco (por um preço bem menor, é verdade) ou a sites especializados.
Prós: pré-existência de saldo e utilização para que não expirem.
Contras: taxas de conversão.
Fiado no mercado e farmácia
Por fim, e não menos importante, uma reserva de emergência que é tão tradicional para o brasileiro que até gigantes varejistas resolveram adotá-la: o fiado de fornecedor.
No caso das varejistas, era comprar para pagar em 90 dias (que acabou se transformando em 120 dias, 180 dias, 1 ano, até virar um rombo bilionário rs). No caso do brasileiro médio, é ir anotando na ficha e pegar no final do mês (sem avisar qual o mês).
Aqui, é necessário tanto uma boa reputação quanto uma boa lábia (esta última especialmente quando a primeira está em risco), mas contém alguns benefícios, como a extensão do prazo de pagamento de valores nominais e o parcelamento sem juros.
Prós: aquisição em bens reais, parcelamento em valores nominais.
Contras: risco reputacional e perda de acesso na eventualidade de calote.
De Acordo Com Estudos…
…O post acima tem grandes chances de dizer algo sobre você: pesquisadores sugerem que apenas 9% dos americanos que fazem resoluções as completam, de acordo com a National Library of Medicine dos EUA. Além disso, 23% das pessoas desistem de sua resolução no final da primeira semana do ano e 43% desistem no final de janeiro.
Os motivos são vários, mas os pesquisadores apontaram os principais:
Metas sem um prazo de início e término
Metas que não levam em conta obstáculos que podem surgir pelo caminho, tais como um período de trabalho mais intenso ou um gasto financeiro não planejado;
Metas muito grandes e sem métricas de sucesso: aqui, vale a sabedoria popular “há apenas uma maneira de comer um elefante: uma mordida de cada vez”
Metas sem accountability: as chances de cumprir uma meta são maiores quando você as torna públicas do que quando as mantém apenas para sim. É chato alguem chegar e perguntar como está aquele projeto e você ter q dar uma desculpa de porque não está andando, né?
Mas nem tudo se perde ou só se resolve no outro ano: o segundo semestre é uma segunda chance de correr atrás de algumas metas que se perderam na correria do segundo semestre.
Pensando nisso, estão abertas as matrículas para os cursos de pós-graduação em Finanças e em Mercado Financeiro da Saint Paul, a escola de negócios que é consagrada entre os habitantes do Condado como a pós-graduação certa para quem quer avançar no mercado financeiro e que foi eleita 5x uma das melhores escolas de negócio do mundo pelo Financial Times. Aulas presenciais e com transmissão online e início em agosto! Saiba mais no link.