Pense no combo Faria Limer. Pensou?
Certamente ele inclui: colete, roupas em tons pastéis, cigarro eletrônico e um copo Stanley (o patinete já saiu de moda).
Agora, pense em um americano padrão. Pensou?
Certamente você pensou em alguém com uns quilinhos a mais, uma televisão grande um carro maior ainda. Ápice do capitalismo do século 21.
Mas será que você também pensou em um copo Stanley, também?
Provavelmente, não. Mas deveria: o copo Stanley é o mais novo fenômeno social de vendas dos Estados Unidos. Do tipo: as pessoas viajam de uma cidade para outra e fazem fila de madrugada na porta de lojas para comprar edições limitadas do copo térmico quando é lançado em uma cor diferente em edição especial e limitada.
Pois é, o copo térmico dos Faria Limers é, também, um fenômeno de vendas entre os millenials dos EUA. E isso é uma mistura de sorte, efeito rede e novas formas de marketing que vieram no pós-pandemia.
A Experiência com Crocs e Uma Parceria Inesperada.
Na verdade não é bem o copo Stanley padrão, é o modelo Quencher, uma versão com alças e com a parte inferior afunilada para caber no espaço de um porta-copos.
O fenômeno Stanley começou em 2020, quando a Stanley, uma empresa de 110 anos, contratou Terence Reilly como novo presidente. Reilly estava anteriormente na Crocs, e conseguiu a incrível façanha de transformar os sapatos de borracha em uma marca badalada.
Por uma mistura de sorte e habilidade, Reilley/Stanley pensaram em descontinuar a produção dos Quencher, mas ao invés disso, fizeram uma parceria com um site de compras liderado por algumas donas de casas do estado americano do Utah.
O resultado? O lote “encalhado’” da Staley foi vendido em poucos dias no site de compras de “donas de casa”. Boooom. A Stanley havia achado um nicho.
E dali por diante, Reilly e a Stanley abraçaram com unhas e dentes essa parceria: trabalharam com eles para promover cores novas e edições limitadas.
As edições limitadas, inclusive, são uma grande estratégia da Stanley com os Quencher: de vez em sempre fazem alguma edição comemorativa com a caneca em uma cor especial. E o público? Faz fila para comprar e adicionar mais um “item” na sua coleção.
Uma Ferramenta Poderosa
O Stanley Quencher virou uma febre entre mulheres de classe média e millennials e tomou a rede social: a hashtag #StanleyTumbler foi vista mais de 900 milhões de vezes e o produto tem sido estrela de muitos vídeos virais no TikTok.
As pessoas fazem vídeos mostrando suas coleções de Quencher, para ver quem possui mais cores da caneca. Outras mostram os adereços que compraram para incrementar a caneca, enquanto outras mostram qual Quencher da coleção que combina com o look do dia.
Sim, a Stanley Quencher tem uma legião de fãs, o que cria uma comunidade de conteúdo próprio nas redes sociais.
O Efeito Rede
E é justamente essa comunidade própria um dos maiores ativos da Quencher: segundo os especialistas, o fato das pessoas espontaneamente postarem conteúdo sobre os copos faz que o desejo pelo produto aumente. Isso porque esse tipo de comunidade/conteúdo vai bem no cerne de um dos desejos mais primitivos do ser humano: pertencer.
Com 40, 50 dólares você compra uma Quencher e se torna membro de um “clube” (ou seria uma seita?).
É o mesmo mecanismo de quando um analista passa a vestir um coletinho no sol de 40 graus: o desejo de pertencer
E a Stanley sabe disso e trabalha isso muito bem.
Um exemplo? Viralizou um vídeo de uma mulher mostrando seu carro consumido pelas chamas após um acidente, mas a Stanley que estava no carro sobreviveu intacta e o líquido no interior da caneca continuou com as pedras de gelo. O que a Stanley fez? Deu um carro novo pra mulher (obviamente, tratou de divulgar bastante a ação).
Os Números e A Lição
E claro, todo esse fã-clube se converte em dinheiro. O modelo Quencher vendeu tão bem que substituiu a icônica garrafa Stanley como o produto mais vendido da marca em 2020 e desde então não abandonou o primeiro lugar. A cada nova cor lançada pela Stanley, as vendas continuaram a aumentar.
A receita de Stanley saltou de US$73 milhões em 2019 para US$94 milhões em 2020. Mais que dobrou para US$194 milhões em 2021.
Em 2022, Stanley lançou um modelo Quencher redesenhado com design simplificado e nova gama de cores e acabamentos: a receita dobrou, para US$402 milhões.
A receita de 2023? Aproximadamente US$ 750 milhões. Ah, a internet e seu poder viral.
A lição, nesse, fica clara: melhor do que ter clientes, é ter fãs. Melhor ainda se esses fãs estão aí pela internet defendendo sua marca de graça. Agora, como conseguir tudo isso, já são outros 500 e, talvez, a nova pergunta de um trilhão de dólares…
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ótimo texto, só esqueceu de colocar o link de afiliado do copo Quencher :)
https://amzn.to/4945ArZ