E essa semana comemoramos os 60 anos de nada mais, nada menos, do que o Banco Central do Brasil. Se fosse uma pessoa, estaria perto da aposentadoria, mas, ironicamente, segue firme ditando o ritmo da sua vida econômica (e do seus boletos também).
O Banco Central do Brasil foi criado legalmente em 1964, com a promulgação da Lei nº 4.595, que reorganizou todo o sistema financeiro nacional em meio ao início do regime militar. Sua fundação oficial ocorreu em 31 de março de 1965, data em que passou a operar como autoridade monetária, assumindo funções que até então eram do Banco do Brasil — como o controle da política monetária e da inflação.
Ao longo das décadas seguintes, o BC teve papel central em todas as grandes mudanças da economia brasileira. Em 1986, participou ativamente da implementação do Plano Cruzado, uma tentativa ambiciosa de estabilização monetária e controle da inflação, que infelizmente falhou. Esse foi apenas o primeiro de vários planos econômicos de emergência que marcaram a década de 1980, período de hiperinflação e instabilidade crônica.
Em 1994, o Banco Central teve atuação decisiva na transição para o Plano Real. Coube à instituição gerenciar a política cambial e assegurar o controle dos preços em meio à adoção de uma nova moeda — o Real — que viria a substituir décadas de inflação galopante por um novo padrão de estabilidade.
Cinco anos depois, em 1999, o país enfrentou uma severa crise cambial que levou à adoção do regime de metas de inflação. Foi nesse momento que o Banco Central passou a perseguir metas claras para os índices de preços, com a taxa Selic como principal instrumento de política monetária. Essa mudança representou a modernização da atuação do BC, conferindo maior previsibilidade às suas decisões.
Em 2002, a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva gerou forte volatilidade nos mercados. Diante da crise de confiança, o Banco Central agiu rapidamente com aumento dos juros e uso das reservas cambiais para conter a desvalorização do real, ajudando a evitar um colapso financeiro maior.
Durante a crise financeira global de 2008, o BC teve novamente papel essencial ao implementar medidas de liquidez que garantiram o funcionamento do sistema bancário brasileiro. Enquanto bancos de diversos países quebravam, o Brasil atravessou a turbulência com relativo controle, fruto de uma regulação sólida e atuação firme da autoridade monetária.
A partir de 2013, o BC começou a se reinventar tecnologicamente, com a criação de bases para o que viria a ser o Sistema Financeiro Nacional Digital. Foi uma resposta às fintechs, ao mobile banking e à necessidade crescente de inclusão financeira por meios digitais.
Em 2020, diante da pandemia de Covid-19, o Banco Central reduziu a Selic ao menor nível da história, 2%, e lançou o Pix — um divisor de águas nos pagamentos instantâneos. O sistema se tornou rapidamente um dos mais usados do mundo, transformando radicalmente a forma como brasileiros pagam, transferem e recebem dinheiro.
No ano seguinte, 2021, o Congresso aprovou a autonomia formal do Banco Central, com mandatos fixos para seus dirigentes, não coincidentes com os do Presidente da República. A autonomia buscava blindar a política monetária de pressões políticas e reforçar a credibilidade da instituição.
Em 2022, outra inovação foi colocada de pé: o Open Finance. Coordenado pelo BC, esse sistema permitiu o compartilhamento e a portabilidade de dados financeiros com consentimento do usuário, abrindo espaço para mais concorrência e personalização de serviços no mercado bancário.
Já em 2024, o Banco Central lançou o projeto piloto do Drex — o real digital —, testando a integração entre tecnologia blockchain, finanças públicas e criptoativos de forma regulada, segura e em linha com as tendências internacionais.
Finalmente, em 2025, o Banco Central do Brasil completa 60 anos com um histórico de protagonismo. Da hiperinflação ao controle de preços, do papel regulador à inovação financeira, o BC se tornou uma das instituições mais respeitadas do país. Com a autonomia conquistada, tecnologia de ponta à disposição e novos desafios no horizonte, o BC chega à terceira idade como guardião da estabilidade, catalisador da inovação e peça-chave do futuro da economia brasileira.
Desde a sua fundação em 1965 até abril de 2025, o Banco Central do Brasil (BCB) teve 28 presidentes oficiais. Essa contagem inclui todos os que ocuparam o cargo, considerando também aqueles que exerceram a função de forma interina. E estar nessa cadeira exige não apenas conhecimento técnico, mas nervos de aço para lidar com o vai-e-vem do câmbio, da inflação e, principalmente, das alfinetadas vindas dos políticos. Por isso mesmo, depois de muito refletir, a Carta do Condado desse final de semana elegeu os 5 melhores presidentes da história do Banco Central do Brasil. Vamos a lista:
5.Roberto Campos Neto (2019-2024)
Indicado por Bolsonaro, Campos Neto rapidamente conquistou o mercado ao manter uma postura técnica, transparente e inovadora. Sua atuação durante a pandemia foi decisiva: reduziu a Selic ao nível histórico de 2%, liberou linhas emergenciais de crédito e garantiu a liquidez do sistema. Sob sua liderança, o BC lançou o Pix, transformando o sistema de pagamentos e democratizando o acesso financeiro. Foi também o articulador da implementação do Open Finance e do projeto Drex (real digital), posicionando o Brasil como referência em inovação bancária. Mesmo diante de tensões políticas, especialmente durante o governo Lula, sustentou a autoridade técnica do BC e defendeu a autonomia recém-conquistada da instituição.
Além do Pix e do Open Finance, o legado de RCN transformou o BC em uma instituição digital, transparente e inovadora, sem perder o foco na estabilidade monetária.
4.Ilan Goldfajn (2016–2019)
Ilan entrou em cena logo após o impeachment de Dilma Rousseff, em um ambiente de inflação de dois dígitos, recessão profunda e descrença total do mercado. Com uma abordagem técnica e comunicação assertiva, conduziu um dos mais expressivos ciclos de queda da Selic da história recente, levando a taxa de 14,25% para 6,5% com inflação sob controle. Além disso, deu início à agenda de modernização do sistema financeiro, antecipando temas como open banking e digitalização, e preparando o terreno para a revolução que viria com seu sucessor.
Como legado, recuperou a credibilidade do BC e entregou inflação sob controle. Virou presidente do BID em 2022.
3.Gustavo Franco (1997–1999)
Figura central na criação do Plano Real, Gustavo Franco assumiu o Banco Central com a missão de defender a nova moeda diante de choques externos, como as crises da Ásia e da Rússia. Sua gestão foi marcada pela manutenção do câmbio semi-fixo como âncora para conter a inflação, mesmo sob enorme pressão do mercado. Apesar da resistência em abandonar o modelo cambial, sua atuação trouxe confiança e previsibilidade em um momento crítico. Ele personificava a seriedade técnica na política monetária e foi o último bastião antes da mudança para o regime de metas.
O legado de sua gestão foi o símbolo da transição entre o Brasil da hiperinflação e o país que aprende a conviver com estabilidade monetária.
2.Henrique Meirelles (2003-2011)
Indicado por Lula em um gesto de apaziguamento ao mercado, Meirelles manteve a ortodoxia monetária e conduziu o BC com independência de fato, mesmo sem autonomia formal. Foi durante sua gestão que o Brasil consolidou a estabilidade de preços e navegou com relativa tranquilidade pela crise de 2008, graças a uma atuação decisiva na oferta de liquidez e no funcionamento do mercado de crédito. Seu compromisso com metas de inflação e sua habilidade de dialogar com todos os lados o tornaram um dos presidentes mais longevos e respeitados da história do BC.
Como legado, criou a base para um ciclo de crescimento com estabilidade e queda da inflação — raro na história brasileira.
1.Armínio Fraga (1999-2003)
Armínio assumiu o Banco Central no meio de uma das maiores crises cambiais da história do país, quando o Brasil abandonava o regime de câmbio fixo. Sua condução marcou a consolidação do tripé macroeconômico: câmbio flutuante, metas de inflação e responsabilidade fiscal. Foi ele quem implementou, com firmeza e clareza, o regime de metas de inflação, tornando a política monetária mais transparente e previsível. Sua fala era direta, sua visão era técnica, e sua gestão reconstruiu a credibilidade do país no cenário internacional. Não à toa, é considerado o arquétipo do banqueiro central moderno no Brasil.
Como legado, trouxe o BC para o século XXI e criou o tripé macroeconômico (câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário).
Menção Honrosa: Affonso Celso Pastore (1983–1985)
Pastore assumiu o Banco Central no fim do governo militar, em um dos períodos mais turbulentos da economia brasileira. A inflação galopava, a dívida externa crescia e o país começava a se abrir para a redemocratização. Em um ambiente de incerteza política e fragilidade institucional, Pastore teve coragem de adotar medidas de ajuste monetário impopulares, com foco em responsabilidade e estabilidade. Seu maior mérito, no entanto, foi ajudar a consolidar uma postura técnica e profissional para o Banco Central, abrindo espaço para que, no futuro, a instituição se tornasse menos vulnerável a pressões políticas. Mesmo sem entregar estabilidade plena (algo praticamente impossível no contexto da época), deixou como legado o compromisso com a seriedade e a autonomia de pensamento. Pastore foi o presidente que preparou o terreno para a maturidade institucional do BC.
Hoje ela vai conhecer o famoso "pass-through do câmbio" e saber que a blindagem de patrimônio são os aportes que fiz na Avenue.
Sabe essa subida geral dos preços? Parte relevante é aquela subida do dólar que ocorreu há uns meses. Leva entre 4 e 7 meses para que uma subida do dólar resulte no aumento de preços no supermercado no Brasil: o aumento do dólar encarece os bens importados que vão servir de base para produção dos bens que você consume no seu dia a dia. E quando essa subida do dólar se reflete em aumento dos preços aqui dentro, o poder de compra do brasileiro reduz entre 16-18%, segundo a FGV.
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Os BCs são canceres criados para privilégios dos bancos e administração da estelionatária divida publica. O poder estado gastar mais que ganha e imoral. É assentado sobre grandes mentiras como a inflação de demanda, que não existe, e que a emissão de dinheiro provoca inflação e emite titulos ao inves de dinheiro constituindo divida. Como podem ser independentes se não tem receita? Devem ser fechados.