Vivemos no mundo pós-moderno, em que o relativismo impera: não existe “certo” ou “errado”, tudo é questão de ponto de vista e opinião. Nesse mundo relativista, “Deus está morto” – nas palavras de Nietzsche – e quem assumiu o lugar foi o “eu”. O “eu”, no lugar de Deus, pode e tem direito a tudo. Ou quase tudo.
E nesse cenário pós-moderno, você cumpriu todos os to-dos socialmente esperados: formou-se no ensino médio, obteve o diploma da faculdade, estagiou em um lugar bacana e foi finalmente efetivado. No trabalho, as metas a serem cumpridas e a ordens a serem obedecidas (“meu chefe é um idiota, eu merecia estar no seu lugar”) são aceitas em troca do salário mensal e da PLR e do bônus (ahhh, o bônus…).
Tudo muito lindo, tudo muito bem, até que: a realidade bate a porta. A promoção que nunca chega, o bônus minguado e um layoff surpresa que quase te pegou. Para quem teve uma vidinha mais ou menos estável e dentro do script, essas coisas equivalem a um terremoto grau 5 na Escala Richter. Afinal, talvez sua maior dificuldade até agora tenha sido o vestibular para a faculdade de primeira linha, em uma vida que contou com Merthiolate indolor e prêmios de participação na gincana do colégio.
Ou não. Talvez seja exatamente o oposto: você desafiou as estatísticas, veio da escola pública e trabalhou para bancar seus estudos. Entendeu desde cedo o significado de “nada vem de graça” e conseguiu um emprego bacana sem a indicação de um tio ou outro figurão. Aqui, quando a realidade bate a porta, ela já é uma velha conhecida que pouco incomoda: pra quem foi forjado a ferro e fogo, a barra do que significa “sofrimento” é bem mais alta.
Em ambos os casos, você não fica imune ao politicamente correto e “colorido” mundo corporativo que o povo do Linkedin tenta criar: um universo em que o esforço é recompensado na proporção de 1:1 e todos estão ali trabalhando para garantir resultados extraordinários enquanto colaboram com uma empresa que vai mudar o mundo para melhor e permite aos seus funcionários ter equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
Não, nós sabemos que não é assim, esse universo de LinkedIn não existe de verdade. O senso popular sabe que não é assim. Basta ter senso (o que às vezes é exigir muito, havemos de confessar). Talvez, por isso mesmo, a Carta da semana passada caiu tão bem e vocês gostaram tanto: 2023 e o óbvio precisa ser dito.
Por isso mesmo, mais algumas verdades corporativas:
42. Diploma de faculdade só abre portas. Depois que todos entraram à bordo e estão no mesmo nível, a dedicação e a entrega contínua de qualidade contam mais do que qualquer faculdade estrelada.
43. O segundo melhor lugar para fazer networking no trabalho é o elevador. Mas não estrague essas oportunidades com comentários sobre o tempo ou sobre algo muito complexo que tome mais de 1 minuto para te responderem.
44. Três certezas sobre a vida: impostos, morte e chefe ruim. Os últimos dois podem demorar, mas sempre chegam. Prepare-se para ambos.
45. Existe etarismo: após uma certa idade, é muito mais difícil se recolocar no mercado. Isso porque, se seu cargo não for extremamente técnico, é mais barato contratar uma pessoa mais nova para realizar as mesmas funções.
46. Há menos pessoas utilizando Venvanse do que se pensa. Há mais pessoas utilizando antidepressivos do que se imagina.
47. Nenhum negócio sobrevive sem clientes. Identificar quem são os clientes do negócio (ou mesmo os clientes internos da sua área) e propor soluções para melhor atendê-los é um caminho simples e seguro de se manter relevante no trabalho.
48. Não lute contra a antropologia: o ser humano é um animal tribal e hierárquico. Ao chegar a um novo ambiente, é você quem se adapta ao meio, e não o contrário.
49. Por falar em novo ambiente, nunca fale mal do seu emprego anterior para seus colegas e chefes atuais.
50. Atire a primeira pedra quem nunca deu aquele perdido pra ir cochilar no banheiro, mesmo que por 10 minutos (os sanitários com caixa são os melhores, porque dá pra se apoiar).
51. Alcançar os postos mais altos não é algo tão difícil assim: depois dos estágios iniciais, as pessoas se acomodam e começam a entregar o mínimo para baterem a meta e se manter no cargo.
52. Ferramenta milenar para parecer mais inteligente e competente: óculos de grau. Muitas pessoas nem precisam, mas usam afim de melhorar sua imagem.
53. Melhor forma de se conectar com as pessoas e manter laços: humor e leveza. Todo mundo gosta daquela pessoa leve e bem-humorada.
54. “A mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”: o mesmo pode ser dito sobre você e sua competência.
55. É provável que você tope com algum psicopata pelo caminho. Sério. Mundo corporativo e mundo político tem uma maior concentração desse tipo do que a média na população.
56. As pessoas usam cargo e salário para preencher sua necessidade de se sentirem importantes.
57. Muito do que se chama de “análise de dados” e “data science” é apenas estatística básica (média, variância, desvio-padrão e, estourando, uma regressão linear múltipla).
58. Quem não é visto não é lembrado: pessoas mais sociáveis tendem a ganhar mais porque se expõem mais.
59..Erros de digitação e Power Point feios podem minar sua reputação. Inconscientemente (ou conscientemente mesmo) vão te achar desatento e desleixado.
60. Muitas pessoas do escritório se pegam e você nem faz ideia disso. E se um dia souber de algum caso, guarde isso pra você (todo mundo gosta de fofoca, mas ninguém gosta de fofoqueiros).
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Frase da Semana
Um diamante é um pedaço de carvão que se saiu bem sob pressão.
Henry Kissinger
Economia e Mercado
Mercado está ficando maluco com a discussão do debt ceiling, que vai e volta e agora parece que stopou. Tema que é mais um pedágio político entre democratas e republicanos. Vão carregar o tema até o limite da conta do tesouro, seja ele qual for e quando for. Parece algo mais para o meio de junho, depois do tax day.
Já na China o negócio azedou. A recuperação da indústria e do setor imobiliário pulou pela já ela é so sobrou o setor de serviço. O problema é que isso não ajuda o mundo e também tem menos participação dos setores listados, então a coisa parece pior do que é. O fato é que segue um feito me os favoravel para Brasil.
Falando em Brasil, o clima segue ameno, mas o novo arcabouço fiscal é uma piad para o fiscal em 2024. Claro, como investidor gosto de fingir que está tudo bem. Não aguento mais tanto saque no fundo, que prefiro um país com inflação mais alta do que juros alto.
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